Não sei o que há,
Mas, em alguns momentos
Tenho vontade de sair de mim
De me rasgar, gritar, como num urro de dor
Debulhar-me em lágrimas.
Não sei o que há,
Quando estou só quero me esvair
Me deixar, abandonar
Num quarto, na rua vazia
Na estrada escura e fria.
Não sei o que há,
E é porque não sei
Que me sinto só.
Por não saber que vivo
Só, e só me mantenho
Longe de mim.